Quando comecei a mergulhar no universo da gestão em saúde, uma pergunta pairava no ar: como romper as barreiras da troca de dados entre sistemas distintos, instituições e pessoas? Tenho visto muitos gestores tropeçarem em obstáculos que vão desde as falhas de comunicação até perdas financeiras decorrentes de procedimentos desnecessários. Foi aí que a interoperabilidade entrou no meu radar, e, confesso, mudou meu olhar sobre o futuro do cuidado domiciliar e coletivo.
O que é, afinal, interoperabilidade em saúde?
Ao longo da minha experiência, percebi que interoperabilidade em saúde é a habilidade dos sistemas trocarem informações clínicas, administrativas e operacionais de forma segura, rápida e inteligível. Não se trata só de tecnologia, mas de cultura, processos e, principalmente, de resultados mais consistentes. A digitalização dos prontuários e dos fluxos de atendimento, por exemplo, depende de dados bem estruturados.
Quando os dados conversem entre si, o cuidado ganha força.
Desde 2020, o país conta com a Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS) como plataforma central. O Ministério da Saúde também consolidou o Programa SUS Digital em 2024, investindo R$ 232 milhões e abrangendo praticamente todo o território nacional, com a missão de transformar digitalmente o SUS como relata a matéria sobre a realidade da interoperabilidade no Brasil.
Por que gestores precisam se preocupar?
Vou ser bem direto: interoperabilidade não é luxo, é sobrevivência institucional.
- Menos retrabalho e menos papéis perdidos.
- Menos chances de erro clínico.
- Base mais sólida para decisões estratégicas e operacionais.
- Colaboração de verdade entre equipes multiprofissionais e diferentes níveis de atenção à saúde.
Já vi na prática como a ausência de interoperabilidade gera desperdício, inclusive do ponto de vista financeiro. Um estudo do Hospital Albert Einstein revelou que 60% das cirurgias de coluna indicadas eram desnecessárias, e outras indicações cirúrgicas também mostraram taxas alarmantes de inadequação. Tudo isso evidencia o tamanho do problema ao se trabalhar com dados isolados como mostra o estudo do Hospital Albert Einstein.

A diferença que a interoperabilidade faz no cuidado
Vivi um episódio marcante em 2023, quando um gestor comentou comigo o alívio de saber, em tempo real, tudo sobre o paciente atendido em home care, desde os medicamentos administrados até os exames mais recentes. Com sistemas conectados, ficou praticamente impossível “perder” informações relevantes. Soluções como a Quorum Saúde têm apostado justamente nessa lógica: automatizar a coleta e integração de dados para que o cuidado domiciliar seja mais seguro e preditivo.
Não é só uma promessa no papel. Quando o Ministério da Saúde, em parceria com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, anunciou o uso do aplicativo AGHU em mais de 3 mil hospitais do SUS, a projeção foi de até R$ 3 bilhões de economia em cinco anos segundo matéria sobre interoperabilidade e economia no SUS.
Os principais padrões e desafios brasileiros
Na minha jornada, percebi que padrões são o caminho mais seguro para que sistemas “falem” entre si. No Brasil e no mundo, alguns dos mais utilizados são:
- HL7 (Health Level Seven)
- FHIR (Fast Healthcare Interoperability Resources)
- DICOM (para imagens médicas)
- LOINC (para exames laboratoriais)
- Terminologias normalizadas, como CID-10
Mas, calma. Nem tudo é simples. Convencer times clínicos, de TI e administrativos a padronizar notificações e a confiar em bancos de dados compartilhados exige mudança de mentalidade. A Quorum Saúde, por exemplo, apostou em fluxos automatizados via WhatsApp para engajar equipes e evitar ruídos na coleta de dados, um desafio inicial, mas que hoje vejo sendo superado.
Como implementar interoperabilidade: um passo a passo honesto
Se eu tivesse que orientar um gestor em início de jornada, sugeriria algo assim:
- Mapeie todos os sistemas e bases de dados já utilizados na instituição.
- Defina os principais objetivos (por exemplo, reduzir internações, agilizar auditorias, uniformizar registros).
- Escolha padrões de integração alinhados ao cenário brasileiro.
- Capacite equipes para entender a lógica da interoperabilidade e o ganho coletivo.
- Implemente aos poucos, medindo indicadores e fazendo ajustes em ciclos curtos.
Pequenas vitórias criam confiança no processo.
Nesse processo, é essencial trazer todo mundo para perto. Um erro comum é imaginar que a TI resolve tudo sozinha, mas o melhor resultado nasce do diálogo entre quem cuida do paciente e quem administra a informação. Inclusive, o conteúdo sobre gestão de dados pode ajudar gestores a amadurecer essa conexão.

O papel da automação e da inteligência artificial
Minha impressão é que, nos próximos anos, quem não adotar automação estará fora do jogo. A diferença de ter informações clínicas atualizadas automaticamente, como na solução da Quorum Saúde, é nítida na rotina operacional e acaba refletindo diretamente na experiência do paciente. A propósito, tenho encontrado inspiração em temas relacionados a automação de processos em saúde que apontam para um caminho sem volta.
Soluções que automatizam validações, triagens e alertas ainda são vistas com receio por alguns gestores, mas acredito que a resistência vem diminuindo. Não por acaso, os dashboards de informações clínicas e operacionais em tempo real já são realidade na vida de muitos, permitindo antecipar riscos e agir antes que os problemas explodam.
Impactos financeiros e operacionais
Nem sempre damos o devido valor ao impacto financeiro da interoperabilidade. Só que, ao conectar sistemas e padronizar dados, muitas despesas “invisíveis” desaparecem. Relatórios que li apontam economias bilionárias em iniciativas como a digitalização do SUS.
E há outro ponto: menos hospitalizações, menos tempo perdido com retrabalho manual, menos chance de prescrições erradas. Em casa, onde os pacientes contam com a atenção individualizada do home care, esses ganhos são ainda mais sensíveis, exatamente como o conceito da Quorum Saúde demonstra diariamente.
Minha conclusão sobre interoperabilidade
Olhar para a interoperabilidade não é escolher o caminho mais fácil, mas, sinceramente, é enxergar o amanhã da saúde no cotidiano de hoje. Como gestor ou gestora, sua missão se fortalece quando abraça a integração, entende a importância dos dados e aproxima pessoas e tecnologia. A Quorum Saúde acredita nisso e convida você a conhecer exemplos práticos em cases de transformação digital em saúde, assim como outras histórias inspiradoras em outros cases de digitalização.
Transformar a gestão é permitir que os dados cuidem de pessoas.
Se quiser dar o próximo passo e entender como a Quorum Saúde pode apoiar a sua instituição, procure conhecer nossos serviços e veja como a inteligência de dados pode diminuir desperdícios, evitar internações e transformar sua operação.
Perguntas frequentes sobre interoperabilidade em saúde
O que é interoperabilidade em saúde?
Interoperabilidade em saúde é a troca automática e segura de informações clínicas, administrativas e operacionais entre diferentes sistemas e instituições, usando padrões definidos, para garantir que todos tenham acesso ao histórico atualizado do paciente em tempo real.
Como implementar interoperabilidade no SUS?
A implementação no SUS passa por etapas como mapear sistemas, escolher padrões nacionais (como HL7 e FHIR), capacitar equipes e investir em plataformas já recomendadas pelo Ministério da Saúde, como a RNDS, além de seguir iniciativas do Programa SUS Digital.
Quais os benefícios da interoperabilidade?
Redução de procedimentos desnecessários, economia de recursos, melhoria na comunicação entre equipes, menos erros médicos e uma experiência melhor para o paciente. Pesquisas apontam economia de até R$ 3 bilhões só com integrações mais adequadas ao prontuário eletrônico segundo matéria sobre economia gerada pela interoperabilidade.
Interoperabilidade em saúde é obrigatória?
No Brasil, alguns fluxos já exigem interoperabilidade por lei, especialmente em sistemas públicos de registro e notificação. Contudo, a tendência é que cada vez mais hospitais, clínicas e operadoras adotem a prática, seja por exigência legal ou por ganho operacional.
Quais padrões usar para interoperabilidade?
Os padrões HL7, FHIR, DICOM, LOINC e CID-10 são os mais utilizados no Brasil. Eles padronizam linguagens e estruturas de dados, permitindo que sistemas diversos “conversem” entre si de forma eficaz.
